Participação e envolvimento passaram a garantir a sobrevivência das empresas modernas, organizadas em equipes ou times. A soma das competências individuais precisa resultar em competência coletiva. Nesse contexto, profissionais que sabem trabalhar em conjunto são cada vez mais disputados pelo mercado.
Os novos conceitos de capacitação emocional e de capacitação social estão em ascensão. Para o professor da FGV e autor de “A Primeira Lei”, José Affonso Barbosa, “deverá ser urgentemente adicionado ao treinamento gerencial um planejamento revolucionário: não bastará mais ter pessoas intelectualmente capazes nas empresas, será preciso haver indivíduos emocional e socialmente capazes”. Segundo ele, para as empresas do futuro, o desenvolvimento desses valores trará uma grande sinergia entre equipes, acionistas e sociedade, tornando-as mais lucrativas e mais produtivas.
A arte do relacionamento é imprescindível num profissional moderno. Aquele que se importa com os sentimentos alheios, administra as próprias emoções, faz críticas construtivas e interessadas e negocia melhor tem mais chances. Para avaliar constantemente a postura profissional, vale perguntar aos colegas como eles o vêem, participar de cursos e eventos sobre relacionamento no trabalho, resgatar a motivação por novos projetos e até consultar um terapeuta, se necessário, para desenvolver essa qualidade, aprendendo como cooperar com os outros.
Quanto melhor for o relacionamento com os clientes, mais valorizado se torna o profissional. O ser humano muda para melhor seu modo de enfrentar as situações quando pode trocar experiências. Uma boa rede de relacionamentos (networking) ajuda a tornar o profissional conhecido dentro e fora da organização, além de ser fonte de informação e atualização sobre tendências dos mercados. Possibilita a chance de captar oportunidades de negócios e conhecer inovações tecnológicas. Estar em contato com o mundo torna o profissional apto a entender a realidade, prever mudanças e tomar iniciativas. Para tanto, é importante estar disposto a conhecer pessoas e cultivar esses contatos com atenção.
O respeito é conquistado pela competência, mas também pela honestidade e pelo comportamento ético nos relacionamentos profissionais. Ser idôneo implica em ter consideração pelos outros, não prometer o que não pode ser feito, não transmitir uma falsa imagem sobre si mesmo, não aceitar favores pessoais para beneficiar alguém ou alguma empresa nas relações de negócios. Outras práticas a serem evitadas são o jogo duplo com os outros e o uso de informações privilegiadas em benefício próprio. O reconhecimento à seriedade se dá em forma de respeito ao trabalho desse profissional.
Adotar um papel ativo na sociedade, no local e na comunidade em que vive demonstra uma preocupação social, qualidade em ascensão nas modernas organizações.
Perfil
A competência coletiva depende do desenvolvimento de algumas características. Tem espírito de equipe quem se interessa pelo que acontece ao seu redor e se junta a pessoas com habilidades e temperamentos diferentes. Este profissional valoriza o esforço do outro, em qualquer cargo ou função. Administra bem os conflitos e vibra com as vitórias do time.
Quem não tem espírito de equipe, por sua vez, alia-se a pessoas somente por afinidade e pouco se importa com o que acontece fora do grupo. Bajula, acata apenas o que os colegas mais graduados dizem, suprime os conflitos, não sabe lidar com a competição, foge dos desafios. Ignora o talento dos colegas. Outra prática muito comum do profissional individualista e antiético é tomar para si o mérito por algum trabalho realizado coletivamente, apresentando-o como “seu”.
Fonte: Revista Agora Administração